Sonora lança plataforma para mapear iniciativas de igualdade de gênero na música em todo o mundo

Time Sonora. Foto: Moviola/Divulgação

Já são 8 anos desde que o Sonora – Festival Internacional de Compositoras explodiu no Brasil e alcançou ainda outros países, como Argentina, Espanha e Uruguai. Além de promover eventos que celebram a mulher compositora, o Sonora sempre teve como intuito pesquisar o espaço da mulher na música nacional e promover ações para enfrentar as barreiras de gênero, que trazem desafios significativos para a visibilidade, oportunidades de trabalho, geração de renda, reconhecimento e segurança das mulheres. Agora, em parceria com o Ibermúsicas, lançam o novo projeto Sonora Conecta.

A plataforma é dedicada a mapear e conectar iniciativas de empoderamento feminino na música no mundo todo e será lançada junto à pesquisa “Iniciativas de empoderamento feminino na música no mundo”, no dia 27 de novembro, às 19h30, no Mezanino do SESC Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1046. Av. Augusto de Lima, 420). A programação contará com a apresentação da plataforma e dos primeiros resultados da pesquisa, assim como a presença e troca de experiências entre as responsáveis de quatro das iniciativas mapeadas em Belo Horizonte: Sofia Cupertino (Residência Venusiana), Manu Ranilla (Pandeiristas e Negras Autoras), Débora Ventura (Truck do Desejo) e Ana Linares (Festival ELAS).

Idealizada e coordenada por Isabella Bretz e realizada em parceria com Deh Muss (criadora do Festival Sonora), a pesquisa começou a ser desenvolvida em 2023 com o apoio do programa Ibermúsicas e com foco na Ibero-América. Foram levantadas ações diversas nos 22 países que fazem parte do bloco. A Ibero-América é uma região do continente americano que compreende os países ou territórios onde o português ou espanhol são as línguas predominantes, incluindo também Portugal e Espanha, que estão no continente europeu.

Entre as descobertas, a pesquisa mostrou que há uma grande variedade de iniciativas pelo Brasil que visam e buscam o empoderamento feminino. Essa diversidade pode contribuir para mudanças mais robustas na visibilidade e nas oportunidades das mulheres na música. Das 71 iniciativas mapeadas no Brasil, 49 estão na região Sudeste. Essa concentração de iniciativas na região sugere que, embora haja iniciativas significativas em vários lugares, há uma grande necessidade de expansão e apoio em outras regiões do país para aumentar a equidade de acesso, representação e visibilidade.

As iniciativas mapeadas na plataforma Sonora Conecta abrangem diversas abordagens, como: Formação, Festival/Mostra, Pesquisa, Selo/Gravadora, Performance, Empresa, Coletivo, Fundo/Bolsa, Criação Artística, Conferência/Simpósio, Espaço Criativo, Podcast, Livro, Filme/Documentário, Premiação e Outros. Essas categorias refletem a variedade de enfoques das iniciativas no âmbito da música, promovendo uma rede diversa e colaborativa no empoderamento feminino no setor.

Com o apoio do Fundo Municipal de Cultura de Belo Horizonte, a investigação está sendo aprofundada em Belo Horizonte, cidade natal do Sonora. Em 2024, com o apoio da União Brasileira de Compositores – UBC, o mapeamento em Minas Gerais está sendo trabalhado e foi possibilitada a participação de outra pesquisadora, a artista e produtora mineira Elisa de Sena.

“Não somos as primeiras e nem seremos as últimas. São muitas iniciativas buscando esse mesmo objetivo, que é a igualdade de gênero na música. Só que ainda há pouca conexão entre as ações. Estamos preparando uma plataforma online chamada Sonora Conecta, com um mapa interativo através do qual as pessoas poderão descobrir e registrar festivais, selos, formações e variados projetos que buscam o empoderamento da mulher na carreira musical. Esses dados poderão ser usados para criar parcerias, cooperações e até mesmo circulação de shows e formação das próprias artistas. Pouco a pouco, queremos colocar informações de todos os continentes. Há resultados na nossa sociedade que só são possíveis em rede”, comenta Isabella Bretz sobre o impacto da pesquisa.

Já em seu primeiro ano, o Sonora – Festival Internacional de Compositoras, por iniciativa de Isabella Bretz foi internacionalizado, chegando a Portugal, Irlanda (países nos quais realizou), posteriormente marcando presença também na Argentina, Espanha e Uruguai. Nos anos seguintes, o Sonora alcançou 74 cidades em 16 países. Deste então, mais de 1000 compositoras se apresentaram nos seus palcos, por meio do trabalho cuidadoso das produtoras. Além disso, novos festivais, coletivos, selos e outras iniciativas surgiram a partir de mulheres que passaram pela rede.

“Eu vinha trabalhando com projetos feministas na música já há muitos anos. Mas é impressionante como a proposta do Sonora foi imediatamente difundida entre produtoras e artistas. Parece que havia uma grande sede por isso, um vazio a ser preenchido. Essa radiação criou uma rede colaborativa que levou o Sonora a vários estados do Brasil de forma imediata”, declara Deh Muss.

Em 2016, a artista mineira Deh Muss, em resposta a uma fala de que havia poucas mulheres compositoras, convocou mulheres a publicarem vídeos nas redes sociais cantando suas próprias músicas, acompanhados da hashtag #mulherescriando. No dia marcado, de forma inesperada e arrebatadora, a ação tomou conta das redes sociais. De norte a sul do Brasil, mulheres de todas as regiões começaram a compartilhar suas vozes, suas histórias e suas composições. Era como se uma chama tivesse sido acesa. Ela se espalhou rapidamente, despertando uma energia de transformação. Com o calor desse movimento, Deh Muss, Flávia Ellen, Amorina e Bia Nogueira (Belo Horizonte), Ana Luisa Barral (Salvador), LaBaq (São Paulo), Ilessi (Rio de Janeiro) e Isabella Bretz (BH, Lisboa e Dublin) se uniram para elaborar um festival no qual tantas mulheres pudessem ter um espaço profissional para alcançar o público, sem serem barradas por visões limitadas de programadores que excluíam deliberadamente mulheres de seus line-ups. Atualmente, o Sonora prossegue com esse objetivo, aprofundando suas ações nos braços de show, formação e pesquisa.

SERVIÇO

Lançamento da plataforma Sonora Conecta

Com mesa debate formada por Sofia Cupertino (Residência Venusiana), Manu Ranilla (Pandeiristas e Negras Autoras), Débora Ventura (Truck do Desejo) e Ana Linares (Festival ELAS) e lançamento da pesquisa “Iniciativas de empoderamento feminino na música no mundo”

Data: 27 de novembro, quarta-feira

Horário: às 19h30

Local: Sesc Palladium (R. Rio de Janeiro, 1046 – Centro, Belo Horizonte – MG, 30160-041)

Entrada gratuita

 

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